Andando de Moto

Como sabem meus amigos, andar de moto é um dos meus passatempos de fim de semana. Muitos me perguntam se não acho perigoso. Eu digo que sim.
Talvez seja por isto que estou inteiro, depois destes 29 anos andando de moto.
Com certeza já passei por maus bocados, principalmente quando morava em Petrópolis, com seus paralepípedos deslizantes e cheios de musgo.

Mas algumas coisas aprendi neste tempo:
1) Sempre andar de luvas – por instinto, a primeira coisa que usamos para nos defender em uma queda são as mãos. Um bom par de luvas ajuda numa emergência destas. Com o tempo, não importa se estas  são grossas ou não, o fato é que você não consegue mais pilotar sem elas. Sem contar a proteção no frio.

2) Capacete sempre bem afivelado – cansei de saber e ver tombos de moto em que se disse: “o capacete não adiantou de nada”. Realmente, capacete solto vai para um lado e a cabeça para o outro. Comigo, já aconteceu de deslizar sobre uma poça de óleo no asfalto e meu queixo levar uns pontos. Usava um capacete aberto na época, coisa que não recomendo a ninguém. O meu era novo e foi para a lata do lixo assim mesmo. Mas o melhor é não cair. De qualquer forma, se acontecer, melhor estar preparado. Sobre quando trocar o capacete, já ouvi de tudo, mas me parece adequado o tempo de 5 anos no máximo. Até porque, mesmo com boa manutenção, é difícil ele continuar bonito depois deste tempo. Outra coisa importante é não economizar. Há capacetes bons e há capacetes melhores. Prefira os melhores – afinal é sua cabeça que está em jogo.
Outra dica se relaciona ao barulho. Sempre achei que a qualidade do capacete interferisse nisto, mas depois de ler uma pesquisa em http://www.webbikeworld.com/Earplugs/earplugs.htm, cheguei à conclusão que o bom mesmo é usar protetores de ouvido. Todos os capacetes testados não diminuem o barulho, pelo contrário, aumentam. E a carenagem ou semi-carenagem realmente aumenta o barulho, pois aumenta a turbulência ao redor do capacete (vivas as nakeds), como eu desconfiava.

3) Velocidade baixa – meu amigo Jacinto me disse num destes dias: “está tua moto é um convite ao pecado”. E olha, ele sabe o que diz. Em certas situações nos esquecemos da fragilidade que é andar de moto. Por isto, é bom sempre pensar o quanto é perigoso e o quanto é fácil algo sair errado. Basta um cachorro atravessar correndo a pista e você se dar mal. Por isto, quanto mais devagar, maior a chance de você se livrar de eventuais erros e obstáculos inesperados. De qualquer forma, quanto menor a velocidade, menor o estrago.

4) Olho nos outros – uma coisa que já me livrou de diversas situações difíceis foi olhar bem para frente e ao redor para possíveis erros de outras pessoas, estejam estas de carro, moto ou mesmo caminhando. Todos que dirigimos automóveis já trocamos de pista para a esquerda e quase pegamos um motociclista. Em certas situações eles ficam invisíveis. E eles somos nós. Por isto, é bom ficar sempre atento e imaginar que aquele carro pode vir para sua pista. Há uma regra com relação a animais grandes cruzando a pista: eles não dão ré. Por isto, ao ver um cavalo, vaca ou outro bicho, prefira passar pela traseira do animal (faz sentido).

5) Chão molhado e areia – são duas ocorrências de difícil controle. Já aconteceu comigo de entrar em um areião com o freio da frente um pouco acionado e, pimba, chão! A frenagem não era suficiente para travar a roda onde não havia areia, mas na areia era. Portanto, em areia e chão molhado, o freio é difícil de controlar. O melhor é antever a situação e reduzir antes a velocidade, usando apenas o freio motor na superfície com menos aderência. Mas não é fácil.

Ainda continuo a lista…

Minha moto atual

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